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25/05/2017

Importância do cálcio presente no leite durante a gravidez e amamentação

Categoria Vida Saudável

A gravidez e a lactação são estados fisiológicos com altas exigências nutricionais, em função do aumento das necessidades metabólicas dos tecidos maternos, o crescimento e funcionamento da placenta, o crescimento fetal e a produção de leite materno. A demanda nutricional é relativamente maior no caso de mães adolescentes, porque estão em fase de crescimento e precisam suprir as necessidades do seu próprio desenvolvimento, além das necessidades fetais e do bebê lactante.

Durante a gravidez e o período de amamentação, as mulheres precisam aumentar, moderadamente, a ingestão de alimentos (cerca de 20%) e, sobretudo, cuidar da qualidade nutricional de sua dieta para garantir a ingestão adequada de proteínas de alto valor biológico, vitaminas e minerais, uma contribuição necessária para o desenvolvimento saudável de seu bebê e a preservação de seus próprios tecidos. A recomendação de ingestão de proteína e algumas vitaminas e minerais deve aumentar cerca de 50% ou mais durante a gravidez e lactação.

Estudos têm demonstrado que a inclusão de lácteos na dieta da mãe, durante a gravidez e lactação, ajuda a atender a demanda de cálcio e de outros nutrientes críticos nesses períodos, favorecendo o desenvolvimento fetal e neonatal, a proteção da massa óssea materna e proporcionando outros benefícios para a saúde da mãe e de seu filho.

Cálcio

Leite de vaca e produtos lácteos, como queijo e iogurte, são, normalmente, reconhecidos como boas fontes de cálcio. Na verdade, a ingestão de cálcio constitui a contribuição nutricional, qualitativa e quantitativa, mais importante do consumo materno de lácteos durante esta fase.

O cálcio é um nutriente essencial para o crescimento ósseo fetal, principalmente durante a segunda metade da gestação, período em que o feto incorpora, por meio da placenta, entre 200 a 350 miligramas de cálcio por dia. Durante o aleitamento materno exclusivo, o recém-nascido recebe esta quantidade de cálcio. Esta alta demanda de transferência de cálcio da mãe para o filho é suprida, em parte, pelo aumento da absorção intestinal de cálcio, conservação renal do mineral e sua mobilização na massa óssea materna, mas também por uma ingestão adequada de cálcio, por meio da alimentação da mãe. A ingestão de cálcio é fundamental no caso da mãe adolescente, porque o seu próprio organismo está em desenvolvimento ósseo, e o pico de massa óssea é alcançado, precisamente, durante o período da adolescência. Estima-se que, na metade da gravidez e durante a fase de amamentação, a mãe adolescente duplique o seu requerimento de cálcio, porque precisa combinar a retenção em seu próprio tecido ósseo (250-300 mg Ca/dia), com a transferência para o feto e para a produção de leite materno (200-350mg Ca/dia).

As recomendações de cálcio (1000 mg/dia para mães adultas e 1300 mg/dia para mães adolescentes) são muito difíceis de alcançar, a menos que sejam consumidos alimentos enriquecidos com cálcio ou, de preferência, alimentos naturalmente ricos nesse mineral e em uma forma altamente biodisponível, como é o caso dos lácteos. O consumo diário de três porções de leite ou produtos lácteos na dieta, como queijos e iogurtes, equivale a 80% do requisito de cálcio, para uma mãe adulta, e 60% para as adolescentes. É importante ter em mente que os produtos lácteos consumidos pela mulher, durante a gravidez e amamentação, devem ser sempre obtidos a partir do leite pasteurizado, para evitar riscos de contaminação por listeria ou outros agentes infecciosos. Por outro lado, mães intolerantes à lactose devem consumir produtos lácteos como iogurtes ou queijos curados, porque a lactose é convertida em ácido láctico em seu processo de fabricação.

A utilização adequada do cálcio, durante a gestação e aleitamento, não depende somente da quantidade de cálcio ingerida, mas também, da condição nutricional materna em vitamina D. Esta vitamina, na sua forma ativa (1,25 di-hidroxi-colicalciferol), estimula a absorção intestinal de cálcio e participa em processos essenciais ao crescimento e mineralização óssea. A deficiência de vitamina D da mãe, durante a gravidez, é associado a um menor desenvolvimento ósseo fetal e a uma menor massa óssea em crianças e adolescentes. Em muitos países, as principais fontes de vitamina D são a síntese endógena no tecido adiposo subcutâneo, por exposição à luz solar, e o consumo de alimentos fortificados. O leite de vaca integral contém aproximadamente 1µg de vitamina D por litro, e os leite e iogurtes fortificados, entre 10-13µg. Portanto, é recomendável, durante a gravidez e a lactação, consumir sempre que possível, produtos lácteos fortificados com vitamina D, para suprir a recomendação de ingestão desta vitamina (15µg/dia).

Fonte:
Profa. Carmem Marino Donangelo
Área de pesquisa, Escuela de Nutrición
Universidad de la República, Uruguay
http://www.bebamaisleite.com.br/noticia/importancia-do-calcio-presente-no-leite-durante-a-gravidez-e-amamentacao

O Ministério da Saúde informa: o aleitamento materno evita infecções e alergias e é recomendado até os 2 (dois) anos de idade ou mais.